O MUNDO DO RISO ETERNO
Lá não
havia tristezas, lamúrias ou feições duras, os habitantes viviam a bailar,
cantar, cheirar as flores, amar e a degustar as iguarias deste paraíso de
habitantes felizes, era pura igualdade para todos, isso era motivo de risos e
mais risos. Quando nascia um novo ser a alegria era dobrada, quando este ser
envelhecia e partia deste mundo para outro, emitiam uma gargalhada que
fazia todos que estavam ao seu lado rirem sem parar, depois desta gargalhada se
transformava em uma luz branca com tons violetas e sumiam de vez. E no
seu leito uma flor lilás ficava no lugar, viva e perfumada.
Os
parentes a pegavam e colocavam numa clareira na floresta onde viviam infinitas
flores lilás,
ali nunca
murchavam, viviam sempre alegres e perfumadas, chamavam de paraíso do
riso, pois
numa
época do ano as flores emitiam um som de risos, gargalhadas, suspiros de
felicidade,
nesse dia
era chamado de dia da felicidade além do riso eterno.
Neste dia
iam com suas melhores vestes, faziam doces, bolos, tortas salgadas e iam de
romaria para a clareira, era o maior evento daquele planeta.
Esse
evento estava bem próximo e muitos estavam rindo mais do que o normal, já
sentiam o prazer enorme que tudo causava nesse dia especial.
Mas naquele
ano houve um alinhamento das estrelas gigantes no céu, e algo inusitado
aconteceu.
Um dos
habitantes que se chamava Ploc estava esperando sua mulher ganhar uma filha,
essa filha iria se chamar Plink, mas Plink nasceu diferente das outras
crianças. Sua mulher estava radiante de felicidade, mas ao ver sua filha que
nasceu branca como a neve, ficou pela primeira vez sem rir, no planeta do riso
todos os seres tinham uma coloração cor de beterraba, era um roxo avermelhado,
por isso foi o seu espanto e tristeza.
Ploc
estava com a festa pronta em sua casa, seus parentes e amigos em peso estavam
comendo e bebendo no jardim da bela casa a espera para ver sua filha.
A mulher
de Ploc, dona Planck, logo se conformou, pois como as outras crianças o
primeiro som que sua filhinha emitiu fui um gemidinho de sorriso e uma
nuvenzinha lilás saiu de sua boquinha, essa era a deixa que sua mãe precisava
ver para sentir que sua filha era uma criança normal, pois essa era a cor da
essência de cada ser naquele planeta, era como fosse à boa alma de cada um.
Ela se levantou
da sua cama e a banhou e, vestiu do tecido mais raro e belo que os bebês usavam
e o levou para seu marido e os convidados da festa.
Ao entrar
com a criança no todos quando a viram ficaram calados, mais quando a criança
bocejou e emitiu a fumacinha lilás e, todos riram muito e bateram suas taças de
vinho de uva sem álcool. Naquele mundo não havia vícios ou substâncias que
causavam euforia, anestésicos ou uma alegria forçada, afinal todos eram
felizes.
Após esse
nascimento inédito e incomum outras crianças foram nascendo de outras cores,
mas todas elas com a mesma essência boa, isso causou uma diferença e quebrou
até certa igualdade e monotonia que existia no planeta do riso.
Ás vezes
os anciãos se reuniam junto às crianças mais velhas e contavam que existia um
planeta que era um terror de desigualdade e preconceitos, de pessoas que se
achavam lindos por fora, mas era sem cores e brilho por dentro. Essa era a
única vez que as crianças escutavam essa lenda e ficavam sem rir, somente
suspiravam levemente, mas depois dessa barbaridade contada, se ponham a rir com
outras histórias de planetas mais elevados em sua essência.
E assim
chegou o dia da grande festa, todos se deslocaram para a floresta e estenderam
suas toalhas e colocaram suas comidas e bebidas, assim presenciaram o grande
espetáculo de gargalhadas das flores, relembrando de seus entes queridos que
viveram em seus corações e mentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário