A VINGADORA NOTURNA

A VINGADORA NOTURNA

Certo dia ao degustar umas cervejas em um quiosque na avenida do desfrute, uma cena curiosa me chamou a atenção.Uma mulher da noite com os cabelos desalinhados, as roupas surradas e visivelmente embriagada, discute com um grandalhão, onde a polêmica era quem pagava a conta.O valor não passava de r$ 8,50 centavos, onde a mulher balbuciava as palavras dizendo:




- Paga a conta você, seu irresponsável!
Ele num tom de voz de gigolô a segurava firmemente pelo os braços.
- Pague a conta mulher, você não me provoque. E chacoalhava a infeliz.
Ela relutava em pagar,  trabalhava de serviços sexuais, mas parecia não estar se dando bem naquela noite.
Os espectadores ao redor já estavam a ficarem nervosos e querendo comprar a briga, um deles visivelmente acalmava o amigo onde este articulava.
-Deixa pra lá, os dois devem ser amantes antigo , logo estarão se abraçando.
O caldeirão ferveu quando ele a apertou com mais intensidade, ela berrou onde este a soltou rapidamente, em seguida ela mete os dois punhos no peito do macho,onde esse até recuou alguns centímetros .A reação dele foi instintivamente do homens das cavernas, deu lhe uma porrada na cara, a guerreira com as mãos no queixo se lamentava e chorava .Ela dizia que não merecia isso do brutamontes.
Mas nem tudo estava perdido, surge das trevas noturnas, a vingadora das causas perdidas,ela estava as escondida no escuro sentada num banquinho fora da cena, mas ouvia tudo atentamente o que se passava.
Esta figura trajava roupas bastante peculiares, uma minissaia preta com um cinturão de tiras largas de um vermelho intenso e botas de couro de cor escura de cano longuíssimo, onde suas pernas aparentavam maiores do que eram. Ela caminhou a passos rápidos, com as pernas entreabertas, olhar penetrante e com os punhos em posição de ataque, chegou rapidamente ao agressor de mulheres e com o indicador já na cara da figura disse:
- Tenha vergonha, você não teve mãe, larga a moça, não seja estúpido , não esquece que você saiu de uma mulher.Ele descaradamente com voz mole diz: 
-Não me lembro, faz tanto tempo!
-Essa infeliz não quer pagar conta. Dizia o safado.
A vingadora decidida colocou a mão entre os seios e retirou um trocado e disse que pagaria a conta. Ela pediu para a agredida ir embora.
- Moça, deixa esse canalha.
Mas o pilantra já estava sussurrando caricias ao seu ouvido. E o amor venceu, se podemos chamar isso de amor.
A vingadora se retira valentemente, como a mulher maravilha da noite.
Mal dá as costas, os dois pombinhos ou cachorrinhos se preferirem, estão se abraçando, onde um dos amigos que estavam a mesa  balançava a cabeça e dizia;
- Não disse, olha só o dois, nem parece que aconteceu alguma briga.
E os dois pombinhos  de amor bandido vão pra casa.
Nessa hora a vingadora já estava de volta às ruas e becos escuros.
Mas a sua valentia e solidariedade de mulher ficaram registradas e 
com certeza será lembrada na cidade luz, onde as coisas acontecem e 
enriquecem o nosso dia a dia.