terça-feira, 29 de abril de 2014

SUA AUSÊNCIA MOURA

Com sua ausência...   
Veio o cortante  frio outonal,
juntamente a sequidão provocada...
Na boca, pele,olhos,
mãos que te abraçariam
pés que iriam viajar 
O  vírus  sitiava 
não  deixava o corpo expulsar o males presentes...
Mas com a  baixa  imunidade
quem disse que 
a proeza cavalheiresca dos nobres
iria vingar!
Ah... Febre constante,
constante vapor no olhar.

Tal  enfermidade por dias
e não pudesse livrar.
Não ousava em visitar a morte, 
mas certamente a medonha
  queria abraçar...
 Não via a noite dos astros,
nem o dia florido e ensolarado...
Nem a garoa nem o orvalho,
era puro penar.
A  água que aquecia,
nem ao menos  queria...
Nem qualquer cuidado
ou as mais saborosa iguaria.

Pessoas  permitia ao longe, 
pois suas vozes transtornavam a mente...
Será a esclerose de antepassados?
Melhor nem vasculhar,
deixe a voz passar ao lado...
Ficar calado é o melhor e mal não há.

Ah,  gigantes  algemas que
não quebrantavam...
Os pulsos ela mordia,
o cão uivava, latia.
Ranger de correntes,
ai meu doce amado...
Volte, volte...
Não deixe o corvo pousar,
no meu peito aberto...
Longe de mim este cruel fim!

Quebrado, 
sim estava,
era o  próprio espírito,
  que talvez iludia...
Caído  em  frases
 tão doces e sinceras
que soaram como preces aos ouvidos. 
Agnóstico...
Cria se  uma  divindade.

Suas preces  reavivavam
mas os fados, ninfas, gnomos
 os espíritos do Bosque da Bolonha 
rodeavam...
 Claramente na mente 
 clareira 

Ah, febre mortífera da paixão...
Não  tinha como
voar da sentença imposta...
O tombo foi duro,
a sua falta doída...

Mas ao ver suas imagens
em  miragens as forças arfavam...
 Sem mesmo
um respiro descente
por certo sua viagem  ausência
trouxe a doença como uma  febre medieval.
Ah...Sua inexplicável  falta , sua inexplicável  falta,
partiu para o oriente,
para novas aventuras,
nem ao menos vestígios  deixou...
Sua ausência matava com ar de tortura,
com o fel da amargura.
Oh, doída paixão.

Como  não ver do  leito, 
a febre não ir ao rebento,
a guilhotina impiedosa a espera do 
 pescoço em brasa febril
e a espada afiada no peito.

Simulasse o  voo,
onde é o  pouso?
A primeira visita seria ao leito, 
 amado ausente...
Em suas orelhas respiraria
nos seus cabelos
os dedos num toque preciso  leve afagaria.

És Mouro, és valente...
Talvez despertasse
e em sua mente  viria,
pela força do vicio amor
que me fez com ardor delirar.

Com  espanto a masmorra cairia por terra,
libertando da vida sórdida  e o  ilusório aconchego.
Sonho irreal!
Acordo...
Oh... Vida, você ao  lado,
entre  tulipas ao norte sorrindo...
Sorrindo estás.
Oh, infindável amor.




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